sábado, 3 de dezembro de 2011

Missão 1 - Tudo Termina Em Dança : Parte 2


  - Mande seus macacos largarem as armas, ou a coisa vai piorar...
 - Joguem as armas! Agora!
 - Mas, chefe...!
 - Sem "mas"! Joguem as armas!

  - Quem é você loirinho?! O que quer conosco?!
 - Se você acha que vai sair dessa vivo, está muito enganado!
 - Desista agora! Nem te conhecemos!

  - Não quero nada com vocês, e sim, com o de cachecol aqui... Jonh McBeth, estou certo?
 - S-sim!
 - Vamos conversar em particular. Os dois aí! Para a varanda! McBeth, tranque a porta!
 - Ok, só não me machuque!

  - Chefe, nós...
 - Calados! Incompetentes! A culpa é de vocês!
 - Mas nós não fizemos nada!
 - Eu segui esses dois macacos. Muito inteligente da parte deles não trancar a porta...
 - Ora seus...!

  - E fiquem ai quietinhos.
 - Pronto, tranquei. E agora?
 - Sente-se na cadeira, vamos conversar...
 - Conversar?!

  - Sim, ué. Foi pra isso que vim, já disse.
 - T-tudo bem, mas então é só conversar!
 - Claro, claro... Mas se você não me obedecer... - Derrick arruma sua pistola bem na frente de Jonh. Conseguiu deixá-lo mais nervoso.

  - E-então... Sobre o que quer conversar?
 - Tenho recebido algumas reclamações suas... Aparentemente, você não sabe competir...
 - O que?! É sobre minha boate?!
 - Nossa, como descobriu? - disse sarcasticamente.

  - Vamos ao que interessa. Você doará todos os seus títulos, edifícios, contas, benefícios e ações para a caridade.
 - Você só pode estar louco!
 - Quieto. Você tem uma fortuna ai e não merece. Vai dá-la para quem precisa, entendeu?
 - Argh! Quem é o mandante disso tudo?!

  - Eu não sou idiota como seus lacaios. Se acha que vou dar alguma informação, está muito enganado. Agora vamos!
Jonh McBeth abriu seu laptop e começou a digitar. Demorando demais e Derrick já estava impaciente quando McBeth soltou uma gargalhada dizendo :
 - VOCÊ É IDIOTA!

 De repente um estrondo muito alto tirou a atenção de Derrick. A porta foi arrombada e bateu com toda força contra a parede. Os dois guarda-costas de McBeth entraram com armas na mão e começaram a atirar em Derrick.
 - Mas que ...!
 - Volta aqui loiro!
 - Você não escapa, desgraçado!

 Derrick entrou na pequena sala, sentou no chão e levou as mãos aos ouvidos, tentando abafar o barulho que as armas faziam. Pensava no que estava acontecendo e porque.
 - Droga! O Laptop! Estava virado para a varanda! O maldito deve ter escrito alguma ordem para os dois! Droga, droga, droga! Como eu não pensei nisso antes?!

  - Tá bom, tá bom. Vamos pensar... Tem dois caras com uma pistola e uma 12 na outra sala. O chefe está desarmado mas é praticamente impossível eu pegar os dois ao mesmo tempo. Preciso de um plano rápido! Eu tenho que distrair um, pegar o outro e cuidar do que tinha distraído... Mas como? Só se... É, pode dar certo, mas eu tenho que contar com a sorte.

 Derrick levantou-se e encostou na parede. Seu plano era se jogar para o outro lado e atirar pelo vidro da porta. Teria que ser um tiro certeiro e não poderia perder tempo. Colocou o corpo para frente, pegou um impulso e...

 ... Atirou. Conseguiu ver de relance McBeth caindo no chão em pranto, enquanto um dos guarda-costas segurava-o.
 - ARGH! - Gritava McBeth de dor. A bala foi na altura de seu estômago, fazendo com que perdesse o equilibrio.
 - Droga! O que fazemos?! O que fazemos?!
 - Ligue pra uma ambulância!

  - Não! E contar... oque?! Que estavam ati-atirando e que ele usou defesa pró-própria...?! Peguem ele! - A palavras dificilmente saiam e McBeth já estava perdendo a consciência. Um de seus guarda costas levantou-se e correu em direção à porta.
 - Eu pego ele! Cuide do chefe!
 - Imbecil, cuidado!

  No momento em que ele entrou na sala, Derrick fechou a porta e deu-lhe um soco certeiro. O homem gritou de dor e foi parar direto no chão. O holandês inclinou-se sobre ele e disse :
 - Know your place*...

*"Conheça seu lugar". Frase tirada do mangá "Rosario + Vampire"*


 Rapidamente, Derrick torceu o pescoço do homem. Um barulho bastante alto foi ouvido, mas não era de algo quebrando, o que fez com que ele desmaiasse. De algum modo, Derrick não queria matá-lo, só resolver a situação.

 Correu para a sala e sacou sua arma. Ainda conseguiu ver McBeth gesticulando algo, mas nada saía de sua boca. Suas pupilas estavam praticamente dilatadas e sua voz havia sumido. Seu guarda-costas estava mais que desesperado e nem notou a presença do holandês.

 Tomou um susto quando viu uma arma apontada para seu peito. Levantou-se rapidamente mas já era tarde. Ouviu um estalo muito baixo e sentiu uma dor no peito que o fez cair para trás. A arma de Derrick tinha um silenciador, então era quase impossível ouvir o barulho do gatilho sendo disparado.

  - Hum... Isso fugiu um pouco do controle... Melhor dar um jeito nessa bagunça antes que chegue alguém.

  Tirou de um dos bolso um detonador de potência média. Provavelmente destruiria o segundo andar inteiro sem deixar nada intacto. Era perfeito para se livrar de quaisquer provas e demoraria para as autoridades descobrirem o que causou a explosão.

 Colocou "5 minutos" na contagem regressiva e saiu da boate rapidamente. Pegou o celular e discou alguns números. Rapidamente Aaron atendeu e perguntou-lhe sobre a missão.

  - Sim, já resolvi. As coisas ficaram um pouco sérias mas nada que te afete. Tive que matar os três que estavam lá dentro e coloquei um detonador. Preciso sair daqui rápido.

 - Entendo... Não foi tão sútil quanto esperava, mas foi um trabalho digno... E bem à tempo. Esme acaba de me contar que nosso pagamento já foi depositado! E olha que ele disse que depositaria só as 12:00! Quando quer sua parte?
 - Se conseguir, agora mesmo. Pode botar na minha conta, vou te passar os número.
 - Feito! Ah! O dono do Moedor nos convidou para uma festa hoje à noite, para agradecer. Você vai, e isso é óbvio!
 - Tudo bem, agora vou indo. Não vou nem te perguntar o que faz acordado à essa hora da madrugada.
 - Ha, você acha que eu durmo! Sou um homem ocupado, meu caro!
Fim da ligação.

*De Noite, Na Boate "O Moedor"*
 Derrick chegou no "O Moedor" um pouco atrasado. O lugar não estava nem tão cheio, nem tão vazio mas as pessoas estavam animadas. Passou pela porta e deu de cara com Aaron sentado em uma das mesas.
 - Holandês! Aqui! Venha cá!
 - Droga, o que ele quer? - falou baixo.

  - Oi cara. Fala...
 - Animação, hein? É festa, porque você está assim?
 - Só estou cansado. Sai do hospital para ir direto em uma missão. Não sei se eu perdi o jeito ou se foi cansativa mesmo...
 - Garanto que deve ter sido cansativa. Você é o único que nunca perderia as manhas!
 - Obrigado, eu acho. Eu vou ali tomar uma bebida, pra ver se eu melhoro...
 - Ok, não ouse em ir embora!

 Derrick foi para o bar e pediu uma bebida que o deixasse animado. Em alguns segundos, o barman misturou várias coisas que encontrava até colocar num copo, uma mistura bem forte e bem colorida. Tinha um gosto doce nem tão enjoativa mas era forte. Deu dois ou três goles e já se sentia mais animado.

Enquanto tomava a tal "Bebida-Louca", não percebeu uma presença feminina atrás dele. Já o observara por um tempo mas só agora tinha criado coragem para ir falar com Derrick.
 - É... desculpe o incômodo mas... - disse com uma voz tímida. - Você é o Derrick Van der... Van der...
 - Van der Hulf. Sim, sou eu. - disse sem se virar. - O que quer comigo?
 - Ah, eu sou Miranda Louis, filha do dono daqui!

  - Ah... E o que a "senhorita-sou-filha-do-dono" quer comigo?
 - Pode me chamar de Miranda. E eu queria agradecer pelo o que você fez!
 - E o que eu fiz?
 - Ué, você deu um jeito naqueles caras que estavam ameaçando meu pai!
 - ... Como você sabe disso?
 - O senhor Chevalier me contou. Ele disse que foi você que resolveu tudo.
 - Nós podemos conversar em particular?

  - Claro, vamos pro segundo andar. Não deve ter ninguém lá.
"Perai. Porque o Aaron contou pra ela sobre a missão? Não era pra ser segredo?! Ela sabe de tudo o que eu fiz?! Caraca, ela pode me ameaçar assim! E o Aaron?! Porque ele contou?! Eu vou matar aquele francês babaca!" - pensou Derrick.

  - Hum, então...
 - O que você sabe, exatamente?
 - Como assim? Eu sei que você nos ajudou...
 - Mais nada?
 - É. O senhor Chevalier disse que eu não precisava saber, que não tinha importância.

  - Ah... - Derrick viu que ela poderia suspeitar depois dessas perguntas e logo se preocupou.
 - É... O que eu queria mesmo saber é...
"Droga, droga, droga, droga, droga! Não pergunte, por favor, não pergunte!"
 - O que eu posso fazer em agradecimento?
"Hã? Ela... Ah, ótimo. Ela é um pouco lerda! Graças aos céus!"

  - Nada. Não tem problema. Você não precisa fazer nada...
 - Mas eu quero! Aqueles homens estavam importunando o papai por semanas! Nós até pensamos em vender a boate ou até mesmo nos mudar! O que você fez deve ter sido difícil, então eu quero recompensá-lo!
"É... Foi difícil mesmo..." - pensou.
 - Já disse, não preciso de nada. - Virou-se e seguiu em direção às escadas. - Agora eu preciso ir, aquela bebida não me fez bem...
 - Ah...! E-espera!

  - Hum... - Derrick virou-se.
No momento em que ele olhou para aquela mulher, ela ficou tímida demais. Desviava o olhar, tentava falar alguma coisa mas não conseguia. Levou uma mão até a cintura e a outra apoiou à cabeça.
 - É... A gente vai se encontrar de novo?
"Hã? Porque ela quer saber isso? Ela quer me contratar, é isso?"

  - Sei lá, a cidade é grande... Qualquer coisa, - Derrick pensava se ela iria o contratar. - os Chevalier têm meu telefone. A gente se vê por ai.
 - Ah, tudo bem... A gente se vê...

 Derrick saiu da boate e começou a ter dores de cabeça. Não sabia se era o som alto, a bebida, o nervosismo ou a saída recente do hospital somada com o cansaço. Ficou um tempo parado, tentando não pensar em nada e se acalmar. A coisa que mais o estava incomodando era o fato da filha do dono da boate saber sobre seu trabalho.

  - Que saco, Aaron!
Deu um tapa em si mesmo, tentando manter-se acordado. Viu a escuridão e resolveu voltar para casa. Tentaria tirar alguns dias para treinar antes de aceitar outro trabalho.

Pegou sua moto e dirigiu devagar, com medo da bebida afetar sua visão. Pensava sobre o que leria no jornal do dia seguinte, o que as pessoas achariam e principalmente, o que faria com Aaron. Sua vontade era dar-lhe um soco, mas estava tentando se controlar. Sua mente de repente tomou outro caminho e começou a pensar em Miranda. Porque ela queria agradecê-lo, mesmo não sabendo o que ele tinha feito? O que ela acharia quando descobrisse que os outros estavam mortos.
"Ah! Muita coisa pra minha cabeça! Amanhã eu vou descansar, não 'tô nem aí!"

*Fim Da Missão 1*

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