quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

O Passado : Parte 1

*Iremos Dar Uma Pequena Pausa E Voltar No Tempo*
*Até A Parte "O Passado" Terminar, A Força Suprema Que Escreve Essa Bagaça Vai Narrar*
*À Alguns Anos Atrás*
  A história se passa à 17 anos, onde Derrick tinha apenas 10 anos. Nasceu e cresceu em Charlton Island, onde frequentava uma das várias escolas particulares que lá se encontram. Durante toda sua infância, o pequeno sempre caminhava para a escola e voltava do mesmo jeito, sempre perto da hora do jantar. Frequentava várias aulas extra-curriculares, por isso saía sempre às 18:45.

  Como de costume, sua mãe, Elizabeth, o esperava em frente à casa. Com um largo sorriso acolhedor, recebia o filho que havia passado horas tendo aulas. Nenhum dos dois estava de acordo com essa rotina, mas nada podiam fazer para mudá-la. Aquele homem não permitiria.

 - Filho! Você demorou! Como foi a escola?
 - Oi mãe, foi... legal... - Derrick sempre teve medo de dizer a verdade. Dizer que odiava aquela vida, odiava aquela rotina e odiava aquele homem.
 - Que bom, amor! Venha, entre antes que escureça.

 - Já vou terminar o jantar, espere um pouco, sim?
 - Posso chamar o Dog?
 - Cuidado para não bagunçarem muito. Sabe o que acontece se fica pêlo de cachorro dentro da casa...
 Descuidado, Derrick chamava por seu cão sempre que podia, não importava onde estava. Gritou-lhe o nome e foi logo recebido.

 O cão chegara sempre latindo, pulando e brincando. Isso quando se tratava do pequeno, pois era muito arisco com qualquer outra pessoa. Os dois cultivavam uma amizade de anos, lembrando como foi difícil convencer aquele homem de adotar um cachorro.

 - Como foi seu dia, grandão? - mesmo sabendo que o cachorro não responderia, Derrick cismava em conversar por horas a fio com Dog. - O meu foi muito chato! Professores de etiqueta são os piores que existe! Nem rir eles devem saber!

 - "Rick", lave as mãos e venha à mesa. - "Rick" era o apelido que somente Elizabeth o chamava assim. - "Emi", você também! Desça pelo menos uma vez hoje! - não houve respostas.

 Derrick sempre odiava a hora do jantar. Era quando aquele homem chegava e se juntava à sua família. Obedeceu rapidamente às ordens da mãe, querendo sair do banheiro sem ser visto.

 No momento em que abriu a porta, deparou-se com uma figura alta e vestida formalmente. Para Derrick, o dia já tinha acabado. Fitaram-se por alguns segundos para que depois algo fosse pronunciado. Não por Derrick.

 - O pulguento passou por aqui, não é?!
 - Não senhor...
 - Não ouse mentir para mim. Antes de mais nada, lembre-se de mostrar respeito para seu pai.
 - Perdão senhor...

 Foram para a sala de jantar, e só a expressão de Elizabeth contava como era aquela família. Mal olhou para a esposa, o homem arrumou-se e foi sentar na cadeira.

 O jantar foi silencioso. Ninguém queria, podia ou precisava iniciar uma conversa pelo simples fato de que todos sabiam que ela acabaria de um jeito ruim. Discussão, humilhação e até mesmo, violência física eram comuns naquela casa.

 Ao final da refeição, o marido se retirava enquanto Elizabeth levantava-se para lavar os pratos. Não foi surpresa quando viu seu filho já recolhendo-os para ajudá-la, pois sempre que podia, o pequeno ajudava a mãe com o serviço de casa.

 - Mãe, eu posso la... - antes de completar a frase, foi interrompido pela mãe.
- Já disse filho, eu lavo os pratos. Você não precisa me ajudar tanto assim...
 - Mas a senhora precisa de alguma coisa?

 - Pra falar a verdade, sim. Você pode levar alguma coisa pra Emily? Ela não desceu do quarto desde que acordou, se é que acordou...
 - Posso, qualquer coisa?
 - Deve ter um pão com geleia(nota : a palavra perdeu o acento) que eu preparei pra ela na geladeira.
 - Tá, eu levo.

 - Obrigada filho, eu vou dormir e depois o senhor também!
 - Claro mamãe, eu durmo cedo!
 - Eu sei, querido. Boa noite, sonhe com os anjos.
 - A senhora também... - Derrick sabia que ia ser difícil a mãe sonhar com aquele homem dormindo ao lado dela.

 Abriu a geladeira e rapidamente achou o pão que sua mãe havia lhe falado. Retirou o pão de lá e subiu a escada para dirigir-se ao quarto.

 - Mana... - disse timidamente, entrando no quarto. - Mamãe pediu pra eu trazer alguma coisa pra você comer...
 - Nossa, você é um fofo! Obrigada!

 - Porque você não desceu hoje? - o pequeno perguntava, enquanto se sentava na cama e se encolhia timidamente.
 - Ah, eu estava cansada, não precisa se preocupar!

 - É mentira não é? - Derrick ajoelhou-se na cama e fitou a irmã. Tinha certeza de que esta não estava sendo sincera e queria saber a verdade.
 - Nossa, você é um detetive, por acaso?

 - Não mas...
 - Dê, - levantou-se e puxou a mão do irmão, para que a acompanhasse. - eu não sai do quarto porque não queria. Só isso, não tem nada de errado!

 - E porque não desceu pra jantar?
 - Porque eu estava sem fome, Dê, só isso...
 - Mentira... - sussurrou, abaixando a cabeça.

 - Vem cá. - puxou o pequeno para um abraço. - Parece até que você é o mais velho! Para de cuidar tanto de mim!
 - Mas...
 - Sem mas!

 - Você tem que dormir, né?
 - Não tenho aula amanhã...
 - Sortudo! Mas você ainda tem que dormir cedo.

 Ajudou o pequeno a se trocar e sentou-se do lado da cama.
 - Porque você não tem aula amanhã?
 - Vai ser recuperação, e como eu não fiquei...
 - Você é o "nerd" da sala, esqueci.

 - Durma bem, Dê.
 - Boa noite. Você vai sair do quarto amanhã?
 - Ha, você nem vai mais me ver no quarto, não se preocupe!

 O que o pequeno não sabia, era que essas palavras estavam mais certas do que nunca. Logo dormiu e não pode ver a expressão da irmã. Uma expressão de tristeza e remorso. Mas não pelo o que poderia já ter feitos, e sim, pelo o que estava prestes a fazer.

 A menina logo colocou um casaco, botas, um óculos e dirigiu-se para porta. Antes de sair, fitou o pequeno e disse, em voz baixa:
 - Desculpa, Dê. Mas não consigo aguentar o pai...
E deixou, não só o recinto, mas como a casa.

 Derrick acordou algumas horas depois. Ouviu uma gritaria no andar de baixo e não pode ficar deitado. Levantou-se com muito esforço, ainda tentando acostumar a visão à claridade do abajur.

 Quando desceu a escada, se deparou com uma cena um tanto quanto assustadora.
 - Como assim não vamos?! Sua filha desapareceu e você não quer fazer nada?!
 - Minha filha?! Filha minha me obedeceria! Aquilo não pode ser considerado uma mulher!

 - A Emily não tá aqui? - finalmente puderam notar a presença do pequeno, ouvindo e observando a discussão.
 - Filho?! Á quanto tempo...! Calma filho, nós vamos sair pra procurá-la...

 - Sair pra procurá-la?! Ficou doida?! São 3 da manhã! Eu não vou sair!
 - É a sua filha... - respondeu em tom baixo, mas não passou despercebido pelo homem.

 - Aquilo NÃO é minha filha! Nem isso ai! Porque raios me partam eu tenho que conviver com isso?! Não foi o que o seu pai me ofereceu!

 - Mãe...
 - Vá dormir. Vamos achá-la, eu prometo...

 Derrick foi dormir cheio de pensamentos. Dentre eles, estava angustiado pelo fato da irmã não estar ali. Preocupado com sua mãe. E principalmente, irritado com o pai.

 E mais uma vez, dormiu poucas horas. Foi acordado de novo por vozes e barulhos vindo no andar de baixo. Criou esperanças de que seria sua mãe e irmã voltando, dizendo que tudo havia sido um mal entendido e que aquele homem não seria mais visto.

 Mas essas esperanças foram logo destruídas quando viu 2 policiais e sua vizinha na sala.
 - Pequeno Derrick, estas pessoas precisam falar com você... - dizia a senhora Anegasaki (Nota: Quem conhece merece meu respeito. Dica : Nene Anegasaki)

 - Você é filho de Elizabeth Van der Hulf e...
 - Sim, eu sou. - interrompeu a policial, antes que esta pronunciasse o nome de seu pai.
 - Eu sinto muito, mas aconteceu um acidente de carro essa madrugada e...

 - Minha mãe morreu?! E a minha irmã, onde está?!
 - Me desculpe, mas não tivemos nenhuma queixa de desaparecimento...
 - Ela sumiu! Achem ela! Eu não posso perder minha mãe e irmã ao mesmo tempo!
 - Me desculpe, mas você teria que ser maior de idade para dar uma queixa...
 - Argh! - pela primeira vez, o pequeno estava furioso. Tão furioso que quase agrediu a policial. Mas sabia que era errado então se controlou.

 Depois de alguns segundos, toda a raiva, angustia, preocupação fora substituída pela tristeza e dor de perder sua mãe e irmã. Em nenhum momento pensava no pai, muito menos estava triste por ele. Chorou como nunca havia chorado antes. As pessoas à sua volta não conseguiam acalmá-lo então apenas esperaram ele se acalmar.

 - **Pequeno Derrick, você ficará comigo até atingir a maioridade. Arrume suas coisas e traga seu cão junto.
 - Mas e a minha irmã?
 - Não se preocupe, eu farei a queixa de desaparecimento dela. Se tivermos fé, ela aparecerá.
 - Obrigado...

 Fez como ouviu. Arrumou suas coisas, lavou o rosto e foi despedir-se de sua antiga casa. Naquele dia, prometeu à sim mesmo nunca mais chorar. Nunca mais sentir dor. Nunca mais sofrer.

 Foi buscar Dog, seu cão e a partir de agora, sua única família.
 - Parece que somos só nos dois agora... Isso é, até acharmos a Emily.
 O cachorro latiu, como se tivesse entendido e dado um resposta positiva.

 Antes de ir para nova casa, Derrick fez um último pedido. Queria pelo menos, ver o local do acidente. Foi prontamente atendido e logo arrependeu-se. Avistou a caminhonete de seu pai, de ponta-cabeça, quase que dentro de um outro carro. Até para uma criança era impossível a chance de sobrevivência.

 Chegaram na nova casa. Senhora Anegasaki foi preparar algo para o menino comer enquanto Dog já vasculhava a vizinhança nova. Derrick, por outro lado, pôs-se em frente á porta para pensar. Era lá que ele iria viver. Era lá que ele chamaria de casa. Era a senhora que o adotou que seria responsável por ele. Tudo seria diferente, e não teria como mudar. Não teria como voltar no tempo...


*Sim, o nome do cachorro é Dog porque eu nunca vi ninguém dar esse nome!*
**Eu podia fazer com que a vizinha usasse algumas palavras em japonês, mas vários não entenderiam.**

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Perdão pelo Atraso by: Derrick

  - Antes que vocês comecem a encher o MEU saco, vou explicar detalhadamente pra vocês o que aconteceu. Sim, eu estou com roupas natalinas e uma barba falsa idiota porque um palerma achou que era bom eu entrar no espírito natalino já que não vou aparecer nos próximos 3 capítulos. Imbecil...

  - Bom, onde eu estava? Hum... Ah, sim. Aconteceram algumas coisas e o idiota que escreve "O Vermelho do Sangue" não conseguiu atualizar até agora. Sim, eu sei o que aconteceu e não, não vou contar porque não é isso o que vocês precisam saber.

  - A História NÃO acabou e muito menos não vai ser cancelada, só teve um adiantamento surpresa mas não deve acontecer de novo. Se acontecer, eu aviso. Bom, é isso. Ah! Nos próximos 3 capítulos, eu não irei aparecer e vocês vão entender o porquê quando lerem. Depois de 4 capítulos, irá entrar a "Amanda Lima", personagem criada pela "kid" que ganhou em 2º lugar o Concurso da série.

 - Bem provável que agora os capítulos saiam 2 ou 3 vezes por semana, em dias indefinidos. O capítulo 10 sairá amanhã de madrugada ou à tarde. Então tá, tô cansado e vou dormir. Hãm... Bom Natal pra vocês, talz, e TALVEZ ocorra um especial de fim de ano, TALVEZ. Até, então. Ah! Não ousem me zoar por essa roupa!

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Aguardem

Por Favor.
Os capítulos 9 e 10 NÃO sairão hoje porque eu criei coragem e estou fazendo os "i am fan" da série.
Sim, algumas pessoas se ofereceram e fizeram alguns, que ficaram ótimos, mas se eu continuar assim, eu vu escravizar eles.
Então Paciência Por Favor,
Logan-PGTS-

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Um Casamento Fora De Época : Parte 5

*Final*
  Cai no sono e acordei com o barulho do computador. Nem sabia que horas eram, mas tinha certeza que a pessoa tinha demorado pra responder.

  - É bom que valha a pena o trabalho... Caso o contrário, não pretendo ser gentil...

  - "Cemitério de Champs, avenida..." Hã, o ponto de encontro é num cemitério? O que raios essa pessoa tem na cabeça? E são 8 da manhã! Eu mal sei onde fica esse lugar! Ah, tá aqui. "Venha a pé, sozinho...". Ótimo, então deve ser perto.

  Sai me perguntando quer seria o tipo de pessoa que eu estava prestes à encontrar. Outra coisa que pensava era o que eu pediria pra ela fazer, assim que a encontrasse.

  Fui caminhando, como o recado pedia. Estava crente que o lugar seria num cemitério do lado de alguma igreja, mas me enganei amargamente...

  O lugar ficava no meio do nada, longe pra caramba. Levei praticamente meia hora até chegar lá. Confesso que fiquei impressionado com o cemitério.

  - Nossa, depois disso eu mereço um descanso. Não estava com as roupas apropriadas pra caminhar tanto... Hum, tem uma escada aqui. Deve ser lá onde a pessoa está...

  Desci e encontrei uma sala vazia, abafada, úmida, pequena e cheia, mas cheia mesmo de pedras. Por um momento, acreditei que era algum tipo de pegadinha ou algo parecido, então resolvi chamar a pessoa e acabar com esse suspense idiota.

  - Hã... Alguém! Hey, apareça! Eu não caminhei tudo isso pra ficar no vácuo!

  - Calma, - disse uma voz atrás de mim. - não precisa gritar. E você está atrasado...
 - Nem marcamos horário algum, só me pedia pra vir até aqui.
 - Você é mais grosso do que imaginei.

  Virei e me deparei com uma figura pequena e adolescente. Tá bom, onde estão as câmeras? Isso tem que ser uma pegadinha.
 - E você é um pirralho.
 - Ei, olha lá como fala com o cara que você vai contratar!

  - Então, qual o serviço?
 - Você honestamente acha que eu sou otário o bastante pra acreditar que você é o real dono da conta do banco?

  - Ué, mas eu sou...
 - Olha moleque. - disse, interrompendo-o. - Brincar com a minha cara é a última coisa que alguém em sã consciência faria. Então que tal me contar exatamente que você é?

  - Sou o cara que você vai contratar...
 - Presta. Atenção. - com o dedo indicador, ergui sua cabeça para que me olhasse. - Antes que eu te esmurre, saia correndo ou me conte o que você tá fazendo aqui. Escolha um.

  - Escolho isso. - e tirou uma arma do bolso esquerdo. - Agora você vai me ouvir, certo?
 - Você só pode estar querendo me ver irado, não tem outra desculpa...
 - Tem sim, então... Vai me dizer o trabalho ou vou ter que te matar?

  Rapidamente, peguei a arma de sua mão e me pus ao seu lado. Sua feição era de puro terror, no momento em que se tocou que tinha ultrapassado todos os limites possíveis.
 - Você está olhando pra um profissional. Um profissional muito bravo.
 - E-espera ai! Vamos conversar calmamente, o-ok?
 - Depois desse teatrinho você quer conversar? Eu nunca matei um pirralho na minha vida, mas você será o primeiro se não...

  - Por favor tenha calma. - disse uma voz feminina, descendo os degraus acompanhada de um cara alto e grande.
 - É, o garoto ai não fez nada que não fora mandando. - agora era o homem falando.

  - Então você é mesmo o tão falado Derrick Van der Hulf? Faz jus ao seu nome...
 - Hã... - eu estava incrédulo com a situação. - Nós nos conhecemos?
 - Não, mas eu já ouvi falar bastante de você.

  - Alguém quer por favor me explicar o que está acontecendo? - pedi e fui prontamente atendido pela mulher.
 - Deixe que eu explico, querido. - rezo pra que o "querido" tenha sido dirigido ao outro cara. - Meu nome é Amanda e o menino que você quase matou é meu filho, Pietro.
 - Beleza? - perguntou o moleque, como se nada tivesse acontecido.
 - E eu, - agora falava o homem. - Tony Otello, o verdadeiro dono da conta do banco.

 - Não me levem à mal, mas vocês são bem doidos.
 - Haha, muitas pessoas dizem isso. - se dizem, porque eles não melhoram?
 - Só queríamos ter certeza de que você era tão bom quando seus clientes dizem.

 - Então, qual o trabalho?
 - Seguinte : À alguns anos, vocês fizeram um trabalho para Eric Ervanto. O que fizeram exatamente?
 - Pelo o que eu me lembre, o trabalho era rastrear a noiva dele e dar um fim no amante...
 - Ah, foi aquele que escapou, né pai? - trabalho nota 10, então...

 - Esse mesmo. O que acontece é que ele armou uma mentira para que dessem ele como morto. Ele fugiu e me contratou.
 - Te contratou pra que?
 - Isso não vem ao caso. Preciso que vocês cancelem absolutamente todas as acusações falsas que fizeram à ele.

 - Ah, - Amanda dizia, enquanto subia as escadas. - assim ele não vai ser considerado um fugitivo.
 - Esse é o plano. Acham que conseguem?
 - Você está olhando para profissionais. Uma família de profissionais.

 Enquanto subíamos as escadas, nem percebemos a ausência do pirralho. Tinha dado meia volta e se dirigido pra estante de pedra.
 - Acho que isso não pertence à ninguém... - se referia à um pedaço de prata. - Achado não é roubado...
 E pegou, como se fosse algum tipo de pagamento ou alguma coisa grátis.

 - Pietro! - falava a mãe. - O que você tá fazendo ai?
 - N-nada mãe! Já tô subindo! - estava apavorado. Tinha me esquecido como mães eram medonhas quando bravas.

 Fomos andando, de novo, até a casa dos Ervanto. Nem sei porque fomos pra lá, mas eles estavam me seguindo.
 - Não acha melhor guardar essa arma antes que alguém veja?
 - E deixar teu filho guardar ela e perder? - fitei o moleque e continuei andando. - Devolvo pra algum de vocês.
 - Hey, eu não sou um novato!

 Devolvi a arma pro pai e subimos para o quarto em que os laptops estavam. No momento em que viu um, os olhos de Pietro brilharam e ele saiu correndo em direção à um.
 - Pai, eu fico com esse e você o da frente!
 - Tá filho, calma... - ser pai é um saco.

 - O que vamos fazer exatamente?
 - Ué, - disse num tom como se estivesse falando de algo óbvio. - invadir o banco de dados da polícia e destruir qualquer coisa contra aquele cara! Qual o nome dele mesmo?
 - Silver Rey. - respondi.
 - Esse mesmo! - como se ele soubesse...

 Enquanto os "nerds" faziam o trabalho no computador, fui falar com Amanda, que parecia bem normal pra estar naquela família.
 - Á quanto tempo vocês fazem esse tipo de trabalho?
 - Mais do que você pensa. Tony começou cedo, me ensinou e agora ensinamos nosso filho.
 - Não tem problema envolver família nos serviços?

 - Não. Na verdade até ajuda. Pietro é ótimo em computação e Tony é praticamente uma arma ambulante.
 - E você?
 - Normalmente eu distraio qualquer um que tente nos atrapalhar, mas nos outros trabalhos, eu mato mesmo.

 - Saco! - gritou Pietro, chamando nossa atenção. - Os policiais perceberam!
 - E o que você faz agora, espertalhão? - estava preocupado mas não perderia a chance de irritá-lo.

 - Simples. - respondeu o pai - Pietro, porque você não manda um vírus pra eles?
 - Nesse computador não tem nada de útil!
 - E seu relógio?
 - Verdade! Tinha me esquecido!

 Sentei no chão e Amanda sentou ao meu lado.
 - Relógio? - perguntei, já que não entendia mais nada.
 - O relógio dele é um pen-drive.
 - E isso demora?
 - Só quando estão inspirados...

 Demorou algum tempo, mas finalmente tinha acabado.
 - Pronto. Agora Silver pode vir para Champs sem nenhum problema!
 - Até que pra um pirralho, você é bem inteligente.
 - E o pagamento? - esperto também.
 - Isso eu discuto com teu pai. Agora eu preciso resolver outra coisa.

 Não sei porque, mas me seguiram para o porão onde tinha deixado Eric.
 - Que lugar é esse?
 - Deixei um amigo aqui e preciso ver se ele não morreu.

 Entrei na sala e não tinha nenhum sinal de Eric em lugar algum. Aquele desgraçado tinha escapado e eu não sabia como. Agora a coisa ficou séria...

 - Filho da mãe! - pra não dizer outra coisa.
 - Amigo? Amigo imaginário, né? Você não tá muito velho pra esse tipo de coisa?
 - Pense duas vezes antes de me irritar.

 - Então vou melhorar seu dia.
 - Mesmo? E como vai fazer isso? Cortando o cabelo?
 - Muito engraçado. Fique sabendo que eu aproveitei que estava no computador e esvaziei toda a conta bancária do Ervanto. Se ele saiu, não vai longe.

 - Você me impressiona. Mentira, só é bem inteligente pra tua idade.
 - Acho que me deve desculpas e agradecimentos, certo?
 - Errado. Esqueceu que eu já paguei vocês? Não devo nada. Agora me deixem conversar com o Tony algumas coisas.

 - Estaremos do lado da escada. Não demorem.
 - Sim senhora! - respondeu o marido, num tom autoritário e ao mesmo tempo brincalhão.

 - Então, sobre o que quer falar?
 - Preciso de um trabalho seu. Como achou Linda Ervanto e Silver Rey quando estavam sumidos?
 - Segredo, mas se você quiser, me contrate e acho qualquer um. Só vai custar caro...

 - Pagarei quando me trouxer respostas.
 - Só aceito adiantado.
 - Não darei o dinheiro porque é praticamente impossível achar essa pessoa.
 - E quem é o campeão de esconde-esconde?
 - Jake Cortez. Agora sabe o porque de eu só poder pagar quando achá-lo?

 - Da onde você conhece ele?!
 - Foi meu professor.
 - Jake Cortez?! O terceiro entre os 10 ladrões e assassinos mais procurados? Esse Jake Cortez?

 - Esse mesmo. Não precisa gritar.
 - Desculpe, é que estou surpreso. Já faz anos que não ouço falar dele, e sinceramente, acho que está morto...
 - Não ligo. Se estiver morto, traga qualquer prova.

 - Beleza, não espere muito...
 - Se algum dia conseguir, pago qualquer quantia.
 - Feito. Bom fazer negócio com você.

 Nem respondi. Não era bom fazer aquele tipo de negócio. Lembrei que tinha que ligar pra uma pessoa urgente, então não perdi tempo.

 - Silver, você já está em Champs? - sim, falava com o próprio.
 - Já, onde elas estão?
 - Numa pensão do centro. Acho que a única. Venha rápido, não gosto de esperar.
 - Jovens... - e o velho desligou na minha cara.

 Sem moto, sem táxi aquela hora, tive que ir correndo. Era noite e estava muito frio então enquanto corria, aproveitava e me preparava de verdade para não dizer algo forte.

 Achei as três acordadas em um dos quartos. Até parecia que estavam me esperando à séculos.
 - Por que demorou?
 - Tive problemas mas já os resolvi.

 - E o que faremos agora?
 - Eu vou pra casa.
 - O que?! Você só pode estar louco.
 - Eu não. Vocês eu não sei o que vão fazer, mas sei que tem alguém que possa ajudar a decisão...

 Nesse momento, Silver entrou usando terno e gravata. As três viraram-se na mesma hora e os olhos de Linda brilharam assim como os de Pietro brilharam quando viu o laptop. Por alguns segundos, ninguém disse nada, criando um silêncio gigantesco. Confesso que devia ter escolhido um outro local pro encontro. Um quarto não era a coisa mais romântica já criada...

 Quando me virei, Linda disparou em direção à Silver e pulou em seu colo. Por um momento, fiquei com medo de que Silver despencasse, afinal, idade ele não tinha mais. Eles provavelmente falar alguma coisa, mas nem prestei atenção.

 Eles ficaram alguns minutos, ou horas, se olhando e acariciando. Eu já estava ficando com nojo. Não sou o tipo de cara romântico e nem fiz esse trabalho pra juntar duas pessoas que se amam. Era dinheiro. Também não sou arrogante, só tenho experiência quando o assunto é amor.

 No outro momento, Silver tirou um anel um tanto quanto velho do bolso, ajoelhou-se, tirou a outra aliança e substitui-a pela que ele segurava. Algo me diz que era a aliança que Linda usava no dia em que foram descobertos, mas não tenho certeza.

 Depois foi a vez das meninas irem cumprimentá-lo. Chamavam-no de pai, o que surpreendeu Linda e Silver. Era mais que óbvio que ela já sabiam sobre o verdadeiro pai. Pra mim não era nenhuma surpresa, elas não eram burras o bastante para não desconfiarem de nada.

 - Jovem, não tenho como agradecê-lo.
 - Tem sim... - dei uma indireta para lembrá-lo do pagamento.
 - Ah, o dinheiro não é tudo na vida, meu filho. Aprenda isso e será feliz como nunca...

 - Hum... Não, obrigado. Sou feliz como sou. Agora se me der licença, voltarei para casa.
 - Agora de noite?
 - Sim, vocês ficarão aqui?
 - Não sei. Talvez iremos visitá-lo em Brigdeport. Esteja preparado, haha!

 Me despedi e chamei um táxi. Dei sorte por achar um voo bem rápido e que desse tempo para chegar no aeroporto. Eu poderia parecer um vagabundo que só quer saber de dormir, mas meu trabalho me consome toda a energia que meu corpo aguenta.

 Não tinha nem forças para ir de moto então chamei o primeiro táxi vazio que encontrei. O motorista estava um pouco preocupado comigo, já que fui quase todo percurso de cabeça baixa, quase dormindo.

 Subi as escadas com dificuldade e fui direto pro meu quarto. Nem tomar banho eu pretendia, só queria deitar na minha cama e dormir como uma pedra morta de cansaço.

 E sempre tem alguém pra estragar meus planos. E normalmente é mulher.
 - Você não mudou nada na casa...
 - Ah não. Érica, o que você veio fazer aqui?
 - Essa casa também é minha, só pra te lembrar...
 - Deixou de ser sua no momento em que foi embora...

*Continua? Hum, Talvez... Surpresas Virão...*