sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Missão 1 - Tudo Termina Em Dança : Parte 1

*Na Casa de Derrick*

 O tal "espião" voltou para sua casa em seguida. Queria começar e terminar o trabalho rápido. Pôs uma roupa que, para quem vê, é apenas elegante. Ledo engano. Aquela roupa tinha 2 compartimentos para pistolas e um bolso para facas, além de ser um colete a prova de balas.

 Foi para sua varanda e começou a pensar em seus próximos passos. Primeiro teria que entender melhor essa situação e depois resolvê-la. Tudo isso sem deixar pistas ou testemunhas vivas.
"De acordo com minhas pesquisas, a boate ameaçada ainda está aberta. Acho que vou lá ver se consigo falar com o dono. Não custa nada tentar" - pensou.


 Derrick pegou sua moto e dirigiu rapidamente ao "O Moedor". Tomando cuidado para que ninguém o reconhecesse  virava seu rosto em direção oposta às pessoas que passavam do seu lado. Também procurava a tal boate. Não era muito de sair, então ficava difícil conhecer todos os lugares.


 Chegando lá, percebeu que estava um pouco tarde. Não tinha muitas pessoas e as celebridades já deviam ter ido embora. Agradeceu, pois assim não teria que se esconder de muitas pessoas. Da mesma forma, ficou em dúvidas se ainda acharia o dono daquele lugar.


 Olhava em volta e não tinha muitas pessoas. Duas no bar, duas dançando e uma, que parecia muito bêbada, dançava em cima do balcão. Avistou de longe uma escada que levava para o segundo andar. Ainda conseguiu ver parte dele, apenas com sofás e algumas caixas de som.


Resolveu então subir a escada para ter uma vista mais ampla do lugar. Sua surpresa foi ouvir algumas vozes vindo do outro lado. Ouviu um barulho de algo sendo empurrado em direção à parede, então, rapidamente abaixou seu rosto e olhou para o lado com o canto dos olhos. Subia os últimos degraus lentamente para tentar evitar o máximo de barulho o possível.


  - Magrelo idiota! Pensa que o chefe é otário?! - disse o loiro, mas era impossível Derrick identifica-los, afinal, nunca havia visto nenhum dos três.
 - Ele tá ligado que você foi chorar por ajuda! Que saco, a gente te avisou! Era muito mais...
 - Era muito mais fácil você ter fechado essa espelunca! - interrompeu o homem de moicano-baixo.
 - E-e-e-eu não sei do que vocês estão falando!

  - Não sabe o caramba! Pode ir contado tudo o que você espalhou pro francesinho!
 - Quer saber?! Fora do meu estabelecimento! Os dois não são bem vindos! Não me obriguem à...
 - Chamar a polícia?! Ha, estamos armados, como raios você vai pegar um telefone! O som também tá alto, vai ser difícil alguém ouvir você gritando, princesinha!


  - Então Magrelo! O que você tem a dizer?! Nós viemos aqui, na boa, te pedir pra você fechar esse lugar e você nos arranja mais problemas?! Fala sério! 'Tô com uma vontade de te meter bala agora!


  - Calma aê, mano! Lembra que o chefe mandou nós não matarmos ele! Por mais que eu esteja com a mesma vontade...
 - Então! Vamos resolver isso aqui e agora! Fácil demais!
 - E o corpo, imbecil?! E o que o chefe vai dizer?! Pensa, burro!


 Por mais que eles estivessem gritando, era impossível Derrick ouvi-los. O som estava alto e ainda tinha pessoas gritando no andar de baixo. Prestava atenção nos movimentos, nos olhares, tomando cuidado para que não fosse visto. As únicas coisas que conseguiu identificar, foram as armas. O loiro usava uma M4 e o outro uma 9mm com silenciador. Se quisesse, podia matar alguém e ninguém ouviria.


  - Vamos embora, irmão! Não temos nada para tratar aqui!
 - C-c-como assim?! Você tá louco, o chefe nos mata se...
 - Calma, calma... É só o magrelo entender que a filha dele é bem atraente e desprotegida...
 - Vocês não se atreveriam... - Christovan disse, aflito.
 - Óbvio que nos atreveríamos! Mas se você fechar esse lugar, quem sabe...


 Foi inesperada a saída dos dois, mas Derrick estava pronto. Agachou-se o máximo que podia e acompanhava o movimento dos homens. Afastando-se cada vez mais, conseguiu não ser percebido.


 Enquanto os homens desciam a escada, Derrick correu em direção ao outro homem. Concluiu que este deveria ser o dono da boate. Vestia-se formalmente e, faltando pouco tempo para a boate fechar, ainda estava lá.


  - Ah Meu Deus, o que eu faço?! - murmurou.
 - Hã, me desculpe interrompê-lo...


  - Ah! Que susto, homem! Há quanto tempo está aqui?! Espera... você ouviu...
 - Eu acabei de chegar. - O holandês interrompeu. - Eu gostaria de uma informação, você sabe que é o dono desse lugar?
 - Sou eu mesmo, porque?


  - Eu marquei com uma pessoa numa boate nessa cidade. Acabei esquecendo o nome, mas lembrei que era a rival dessa aqui. Você conhecesse?
 - Ah... Você deve estar falando do "Trivia's". Acho que ainda está aberto. Dois sócios dela estavam aqui e... - parou de falar quando percebeu que estava dando informações demais.
 - Você sabe me dizer onde fica?
 - No fim dessa rua, siga para o estádio. É praticamente do lado.
 - Obrigado.


 Saiu rapidamente e ainda consegui ver os outros homens num táxi. Tinha certeza de que eles iam para a tal "Trivia's" então resolveu segui-los.
"Tá, eu vou pra lá e resolvo tudo pacificamente... Isso é, se eles me obedecerem..."


 Chegou à um lugar muito bonito. Estampava a palavra "Trivia's" em uma das paredes. Viu os dois homens entrando no lugar, então parou sua moto e colocou-a atrás de um dos muros. Preparou as pistolas e colocou a faca em um lugar fácil de se alcançar. Estava pronto para qualquer coisa.


 A entrada era bem iluminada. Nos balcões, coisas aleatórias brilhavam pela luz forte.
"Cara, esse lugar é bem estranho. O dono deve ter um péssimo gosto para decoração..."


 Seguiu para a porta à direita e entrou na pista de dança. O lugar estava vazio, a música desligada e tudo arrumado. A boate deveria estar se aprontando para abrir, isso era óbvio. Também, seria bem difícil dois brutamontes armados passarem por várias pessoas.


 Entrou depois na sala de bar. Ali era uma sala bonita, ampla e com 5 bares à disposição. No canto estava a entrada para o banheiro masculino, mas isso não lhe interessava. Voltou para a entrada e viu uma porta um tanto quanto estranha. Não combinava com a decoração e conseguia ver uma escada-espiral pelo vidro.


  - Mas são dois macacos! Deixaram a porta destrancada! Do que adianta armas pesadas se a inteligência voa com o vento? - pensou alto.
Subiu a escada e viu uma outra porta. Esta, dava para um escritório grande e moderno.


 Agachou-se e pôs o olho esquerdo em um dos vidros. Conseguiu ver três pessoas sentadas, duas em poltronas e outra mexendo em um laptop. Logo identificou os dois macacos conversando animadamente.


 Mas a pessoa mais importante era a do centro. Um homem gordo, loiro com algumas parte grisalhas, marcas de idade, bigode e cara de poucos amigos. Fumava um cigarro tranquilamente enquanto digitava algo no seu laptop. Derrick tinha certeza absoluta que este era dono desse lugar e chefe dos outros dois. Estava certo, era mais que óbvio.


  - Ah, isso cansa! Aquele magrelo não entende! Juro que queria dar um tiro na boca dele!
 - Fica tranquilo, irmão! Ainda temos nossa "garantia"!
 - Verdade... Aquela menina não é de se jogar fora!
 - Nem a mãe. Pode ser velha mas me parece bem divertida, hehe!


  - Ok, calem a boca! Não quero ficar ouvindo vocês falando de mulheres! Quero ouvir o que aconteceu lá!
 - Ah chefe, o de sempre. O magrelo ficou desesperado feito uma princesa!
 - E piorou quando falamos da filhinha preciosa! Cara idiota!


  - Hahahahaha! Só assim ele entende! Não pode competir comigo e ainda tenta pedir ajuda para aquele casal de gringos! Ele vai se arrepender de enfrentar Jonh McBeth!
O celular de Jonh tocou. Rapidamente levantou-se e checou o número. "Desconhecido - Privado" aparecia na tela. Pensou que era alguma empresa ou algo parecido.


  - Jonh McBeth na linha. Quem fala?
 - Uma pessoa...
 - Ora, deixe de gracinhas! Identifique-se!
 - Você deveria tomar cuidado velho...


  - Cuidado com o que?!
 - Quer mesmo saber?
 - Argh, quem é e o que quer me dizer?!
 - Você fica muito desprotegido perto dessa porta. Consigo te ver daqui... - a ligação terminou antes que Jonh pudesse responder.


 "Assim os dois capachos saem do meu caminho..." - pensou Derrick, desligando o celular. Deixou-o num canto e não pretendia pegar de volta. Era apenas um celular descartável cujo o número era indecifrável.


  - Homens! Tem alguém nos observando! Vão lá fora e matem o desgraçado!
 - Hã?! Como sabe senhor?
 - Ora, duvida de mim?! Quer que eu mesmo te mate?!


 - Não, senhor! - Os dois responderam ao mesmo tempo e correram em direção á varanda.
Viravam a cabeça na tentativa de ver alguém ou algo pelo lado de fora, sem sucesso. Quase arrebentaram a porta mas foram para o lado de fora.


  - Ué, chefe não tem ninguém aqui!
 - Deve ter sido algum trote, senhor. Coisa normal
...
 - Senhor?
 - Mas que ... !


 - O que... Hã?! Quem é...
 - Ora não fiquem ai fora, idiotas! Entrem imediatamente!


 - Parados ai. - disse Derrick enquanto mirava em Jonh. Rapidamente os outros dois sacaram suas armas e apontaram para o holandês. - Mais um movimento e seu chefe aqui vai cumprimentar meu falecido pai.
 - Quem é você?! Afaste-se dele, agora! É uma ordem!
 - McBeth, mande esse dois calarem a boca antes que eu mesmo faça.
 - Vocês ouviram ele! PARADOS E CALADOS!
 - Respondendo a pergunta, eu não sou ninguém especial, estou aqui para conversar...


*Fim da Parte 1 : Continua*

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